Mulheres no agro: como a presença feminina movimenta o setor

Engajadas e profissionais, a contribuição das mulheres no agro é vital para o setor que mais cresce no País.

24 de outubro de 2023

Por Sementes NK

Longe de serem apenas coadjuvantes, as mulheres no agro têm assumido papéis de destaque em todas as etapas da cadeia produtiva, desde a gestão de propriedades rurais, passando por cargos de negócios, até pesquisa científica.

Sua presença no agro é uma realidade global, e isso se deve, em grande parte, à transformação socioeconômica e cultural que tem ocorrido nas últimas décadas.

Antes restritas a funções tradicionalmente associadas ao universo do lar, as mulheres na agricultura agora assumem papel de protagonismo na inovação e no desenvolvimento do setor agrícola.

Mas de que forma elas contribuem para um dos setores que mais cresce no País?

Para falar com propriedade sobre o assunto, a Sementes NK entrevistou Maysa Ximenes (RTV especialista OTO – NK), Cristiane Tremea (gerente de negócios Agrosyn) e Pamela De Lelis (produtora rural e parceira NK).

Essas três grandes mulheres têm responsabilidades diferentes no agronegócio, mas trazem na bagagem os desafios e a paixão em trabalhar dentro e fora do campo.

Aproveite a leitura!

A importância feminina no agro

Criada em 1995 pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 15 de outubro é celebrado o Dia Internacional da Mulher Rural. A data visa a conscientizar sobre a presença das profissionais no campo.

Mas, para muito além de uma data, é importante entendermos como se efetiva a atuação das mulheres no agronegócio.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada 10 cargos de gestão do agronegócio brasileiro, menos de 2 são ocupados por mulheres. Já a participação feminina na administração do agro é de 19%.

Em áreas da agropecuária, elas são responsáveis por gerir 30 milhões de hectares. Esse valor corresponde a 8,5% de toda a área ocupada por sítios e fazendas no Brasil.

Embora a participação feminina no campo tenha crescido 6% desde 2011, ainda há muito o que conquistar. Segundo Maysa, RTV Especialista OTO na NK, a inclusão de mulheres no agronegócio traz diversidade valiosa ao setor.

“Hoje, nós agregamos ao negócio do produtor se resolvemos o problema dele. Além disso, a maneira e as soluções que oferecemos para sanar o problema da pessoa também conta muito. Então, essa diversidade traz diferentes formas de solucionar os desafios”, comenta.

A adaptabilidade das mulheres que trabalham dentro e fora do campo é uma característica fundamental que merece destaque. Elas lidam muito bem desde situações de negociação até os contratempos ambientais, como os impactos da chuva na lavoura, que podem causar efeitos sobre as safras. Essa capacidade de se ajustar diante das circunstâncias só faz o agro ganhar com a presença feminina.

Protagonismo e desafios

A busca por espaços e reconhecimento profissional é uma realidade compartilhada por mulheres em diversos setores.

No contexto do agronegócio, o Censo Agropecuário do IBGE, divulgado em 2017, revela que cerca de 947 mil mulheres desempenham papéis de liderança em propriedades rurais no Brasil, inseridas em um universo de 5,07 milhões de pessoas.

Desse número, 57% delas estão concentradas na Região Nordeste, enquanto 14% atuam no Sudeste. No Norte, encontramos 12%, ao passo que no Sul e no Centro-Oeste observa-se, respectivamente, 11% e 6% dessa força feminina impulsionando o desenvolvimento rural.

Proprietária, administradora, mãe, esposa, do lar

Conforme apontado por pesquisa conduzida pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), 71% das mulheres envolvidas no setor agro possuem múltiplas tarefas e obrigações.

Pamela De Lelis, produtora rural e parceira NK, reside em Três Corações, Minas Gerais, e é a terceira geração de produtores da família. Mesmo com a vivência enraizada no campo, ela revelou a dificuldade que teve no dia a dia por ser mulher em um meio ainda predominantemente masculino.

Também compartilhou sua experiência em enfrentar um dos obstáculos mais significativos que surgiu em sua trajetória: a tarefa de construir uma equipe que a tratasse com respeito.

“Enfrentei diversas barreiras como Pamela, uma mulher, liderando negócios e comandando uma equipe composta majoritariamente por homens. Constantemente eu chamava a atenção deles e eles não acatavam”, revelou.

Já segundo Cristiane Tremea, Gerente de Negócios Agrosyn, o agro é repleto de adversidades, mas existem muitas oportunidades que favorecem o papel da mulher no agro.

A dificuldade diária está em equilibrar a balança entre os sonhos pessoais e os profissionais: “Além de profissionais, somos mães e esposas. Então nossa luta é conciliar todas essas áreas, porque também temos o sonho da realização profissional”, ressalta Cristiane.

Com maestria, as mulheres do agro trilham seus caminhos reconhecendo que nem sempre detêm controle sobre tudo, mas compreendem que cada nova estação traz consigo a oportunidade de melhores colheitas.

E esse profissionalismo ganha destaque no cotidiano. “Temos de tratar com muita seriedade e compromisso tudo que fazemos, tanto com os clientes quanto com os fornecedores. Problemas todo mundo vai ter. Agora, como você resolve, é o diferencial.” pontua Cristiane.

O futuro das mulheres no agro

A diversidade do agronegócio e as distintas realidades rurais resultam em uma trajetória única para cada mulher.

Mesmo assim, o ponto em comum entre elas reside no equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, uma vez que focar exclusivamente em um só aspecto permanece numa escala de privilégio.

Para Cristiane, o mercado está cada vez mais demandando mulheres, justamente pela gestão, pela preocupação e pelo cuidado com o negócio. “Vejo que no futuro os cargos de gestão e liderança terão muito mais mulheres que atualmente.”

E isso certamente acontecerá! O agronegócio brasileiro se destaca como exemplo de crescimento exponencial no País, desempenhando papel fundamental no impulso do PIB nacional. Sem dúvida, um leque de oportunidades surge a partir daí, com o mercado agrícola necessitando constantemente de pessoas qualificadas.

Dentre as mudanças aguardadas para a mulher no agro, está a sua participação efetiva nas tomadas de decisões. Para Maysa, a voz da mulher está sendo construída no decorrer da história. “Aquele ser icônico, o senhor produtor, de chapéu, está mudando. E a chegada da mulher nos negócios agrícolas também faz parte desse processo”. E complementa: “Antes, quando uma criança desenhava um agricultor, ela não desenhava uma mulher”.

Essa evolução reflete a crescente importância e influência feminina no cenário do agronegócio, não apenas contribuindo para seu desenvolvimento contínuo, mas também redefinindo a própria percepção desse setor tão vital para a economia.

Pamela compartilha sua perspectiva inspiradora. “A minha família me incentiva muito, principalmente o meu pai, que diz que sou o orgulho dele. É gratificante trabalhar naquilo que gosta, ter reconhecimento. Dificuldades sempre irão existir, mas olhar para trás e ver o tanto que a gente cresceu é motivacional.”

O T1Me de Campeãs da Sementes NK acredita na força da mulher no agro e convida você, produtora, a fazer parte desse movimento que incentiva o protagonismo feminino.

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Referências:

1. https://www.cnnbrasil.com.br/economia/conexao-agro-mulheres-tem-19-dos-cargos-de-gestao-do-agronegocio/
2. https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/50779965/mapa-embrapa-e-ibge-apresentam-os-dados-sobre-mulheres-rurais
3. https://www.embrapa.br/documents/10180/1645386/Mulheres+Rurais+-+Censo+Agro+2017/fc59f4c6-c94d-6b78-887d-5a64b1a70a7d
4. https://summitagro.estadao.com.br/noticias-do-campo/mulheres-no-agronegocio-o-sucesso-feminino-no-campo/

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