Doenças do milho: identificação e controle

Você sabe como identificar e combater as doenças do milho? Confira as principais doenças e como implementar estratégias de controle.

16 de novembro de 2023

Por Sementes NK

O milho está entre as plantações mais rentáveis do Brasil, sendo o agronegócio nacional o terceiro maior produtor de milho no mundo, e isso não é por acaso. O grão é de fácil cultivo e tem ciclo produtivo rápido, o que possibilita até três safras de colheita por ano.

Apesar da excelência na produção de milho, o sucesso alcançado não está isento de riscos, uma vez que diversas doenças do milho representam ameaças que, em casos graves, podem comprometer mais de 80% da produção, tornando-se um dos grandes desafios do agricultor.

Como evitar o surgimento ou até mesmo combater as doenças do milho? Neste artigo, você vai aprender a identificar as principais doenças do milho e a implementar estratégias eficazes para o seu controle.

Quais as principais doenças do milho?

No geral, são as doenças foliares, descritas a seguir.

Ferrugem polissora

Dentre as principais doenças do milho, estão as conhecidas como ferrugem do milho, de origem fúngica. Ao todo a cultura do milho pode ser atacada por 3 variações dessa ferrugem: a comum, a polissora e a tropical.

A ferrugem polissora do milho (Puccinia polysora) é considerada a mais agressiva. Os sintomas da ferrugem polissora são: manchas pequenas, circulares e elípticas, de cor amarelo e dourado.

As condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento são temperaturas elevadas e baixa altitude, ocorrendo em maior intensidade em áreas com altitude inferior a 700 m. As altitudes acima de 1.200 metros são desfavoráveis ao desenvolvimento da doença.

Quando o manejo não é realizado de forma adequada, as lavouras contaminadas pela ferrugem polissora podem ter a produtividade reduzida em mais de 50%.

As principais medidas de controle estão nos fungicidas adequados para a cultura e também na utilização de híbridos de milho resistentes.

Ferrugem tropical

As áreas mais comuns no Brasil de encontrar a ferrugem tropical ou branca do milho são no Centro-Oeste e no Sudeste.

A ferrugem branca é causada pelo fungo Phyzopella zeae e é disseminada pelo vento e favorecida pelo clima quente e úmido. Essa doença necessita sempre das plantas de milho vivas para perpetuação.

Nas plantas doentes, os principais sintomas observados são pequenas pústulas de cor branca ou amarelo-claro, que formam grupos alongados paralelos às nervuras.

Assim como a ferrugem polissora, essa doença foliar no milho pode ser eficientemente controlada com o uso de cultivares resistentes.

Outra prática que pode ajudar a evitar essa doença é por meio da adequação da época de semeadura.

Ferrugem comum

No Brasil, a ferrugem comum (Puccinia sorghi) tem vasta distribuição, mas com severidade moderada. A maior incidência ocorre nos estados da Região Sul.

Temperaturas baixas (de 16ºC a 23ºC) e a presença de orvalho favorecem seu aparecimento, sendo que a alta umidade relativa (100%) contribui para seu desenvolvimento.

Seus sintomas aparentes são pústulas de cor marrom-escuro formadas na parte aérea da planta. E são mais abundantes nas folhas.

Para combater a ferrugem comum, o ideal é recorrer ao plantio de cultivares com resistência genética.

Cercosporiose

A cercosporiose é causada pelos fungos Cercospora zea-maydis, Cercospora sorghi f. sp. maydis e Cercospora zeina, que ataca as folhas do milho.

Essa doença é favorecida por dias nublados, com alta umidade relativa, pela cerração por longos períodos e por temperaturas entre 22ºC e 30ºC. E em clima favorável pode secar a planta em uma semana.

Os sintomas da cercosporiose caracterizam-se por lesões cloróticas ou necróticas de cor palha ou cinza, de retangulares a irregulares, com as manchas se desenvolvendo paralelas às nervuras.

A melhor prevenção para essa doença do milho é:

– plantar cultivares resistentes;

– evitar a permanência de restos da cultura de milho em áreas onde a doença ocorreu;

– realizar rotação com culturas.

Mancha de diplodia

A mancha de diplodia é causada pelo fungo necrotrófico Stenocarpella macrospora. Sementes infectadas são o principal meio de disseminação da doença. Os esporos do fungo sobrevivem nos restos culturais e são levados pelo vento e por respingos de chuva.

Essa doença causa lesões nas folhas, podridão do colmo, podridão da espiga e grãos ardidos. As lesões foliares têm formato alongado e se caracterizam pela presença de um pequeno círculo visível contra a luz.

O controle e a prevenção podem ser feitos com plantio de cultivares resistentes e rotação de culturas.

Doenças Foliares

Colmo e espiga

Antracnose

Causada por vários fungos do gênero Colletotrichum graminicola, é possível identificar a antracnose do milho pelas notáveis lesões escuras, muitas vezes acompanhadas de pontuações pretas, que representam as estruturas reprodutivas do fungo.

Prevalente principalmente em locais quentes e úmidas, essa doença tem exercido impacto significativo nas plantações de milho.

Além de causar danos extensos nas folhas, a antracnose também pode afetar os colmos das plantas, resultando em morte prematura e acamamento das plantas. Essa condição muitas vezes está relacionada a fatores como:

– plantio direto;

– prática de monocultura;

– intensa irrigação.

Como forma de controle, é recomendado o uso de cultivares de milho com resistência genética, além de implementar a rotação de cultura a fim de reduzir o inóculo na área de semeadura.

Podridão da Diplodia

Conhecida também como podridão branca da espiga, essa doença que acomete o milho pode ser identificada pela cor esbranquiçada com fundo escurecido. À medida que a doença progride, a tendência é as espigas murcharem e o grão se tornar enrugado e pálido.

A podridão da Diplodia costuma ocorrer em condições de alta umidade e temperaturas moderadas, sendo que a doença pode atingir lavouras por meio de sementes infectadas ou restos de plantas doentes.

O tratamento envolve medidas preventivas, como:

– escolher sementes sadias e com resistência genética;

– eliminar os restos de plantas doentes do solo;

– rotacionar as culturas;

– manejar adequadamente a irrigação.

Podridão de Fusarium

Os sintomas da Podridão de Fusarium incluem no colmo lesões necróticas de cor marrom, apresentando na parte interna coloração rosada ou salmão. Além disso, as espigas também podem ser afetadas, mostrando manchas escuras e podridão.

Os fungos do gênero Fusarium estão frequentemente presentes no solo e podem infectar as plantas por meio das raízes, sendo que condições de excessiva umidade do solo e temperaturas moderadas (de 28ºC a 30ºC) favorecem o desenvolvimento da doença

Para prevenir a podridão de Fusarium, é importante implementar práticas de rotação de culturas, uma vez que os fungos podem persistir no solo.

A seleção de sementes resistentes e o uso de fungicidas apropriados também podem ser medidas eficazes para o controle da doença.

Podridão de Pythium

Responsável por afetar as plantações de milho, principalmente durante as fases iniciais de crescimento, a Podridão de Pythium provoca descoloração nas raízes e nos colmos, plântulas murchas e, em casos mais graves, morte prematura das plantas.

As raízes frequentemente apresentam podridão mole, e uma das principais causas está associada a solos saturados de água e condições de encharcamento.

Para controlar essa doença, é essencial manter o manejo da irrigação para evitar que o solo fique encharcado, sementes resistentes e fungicidas eficazes para controle e prevenção da doença.

Colmo e espiga

Como controlar as doenças no milho?

O manejo de doenças na cultura do milho demanda abordagem multifacetada, envolvendo medidas genéticas, culturais e químicas. A eficiência desse controle é aprimorada quando diversas estratégias são adotadas em conjunto.

Para aprimorar a resistência da plantação, é aconselhável o plantio de cultivares resistentes geneticamente. Manter a densidade de semeadura sob controle e evitar o plantio consecutivo de milho na mesma área também são práticas imprescindíveis.

Além disso, o plantio e a colheita devem ser realizados nas épocas apropriadas, e as sementes devem ser de alta qualidade fisiológica e sanitária.

O tratamento de sementes com fungicidas específicos é fundamental, bem como a rotação de culturas com espécies que não hospedam as doenças do milho. O controle de plantas invasoras e pragas é igualmente relevante, assim como a adubação equilibrada, a moderação na irrigação e a eliminação de restos culturais contaminados.

Todas essas recomendações são de grande relevância e devem ser consideradas no programa de manejo de doenças na cultura do milho.

O conhecimento e a capacidade de reconhecimento das doenças, bem como a habilidade de realizar o controle, fazem parte do planejamento agrícola e garantem maiores chances de sucesso para o seu negócio.

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